
Acredito que cada um nós está só no mundo. Este pensamento esta comigo, acho que desde sempre e em várias alturas da minha se pela conjuctura me sentia bem recalcando este medo, agora sinto-me suficientemente maduro para o viver sem medo.
De facto, de certa forma todos caminhos sozinhos. E a vida assemelha-se a uma viagem de comboio, em que em certas alturas várias pessoas viajam na mesma carruagem durante algumas estações.
Temos todos verdadeiramente medo de ficarmos sozinhos, de não termos ninguem com quem partilhar sorrisos, risos, conversas,alegrias e tristezas, mas pergunto-me será isso realmente importante? "nenhum homem é uma ilha"...mas qual a veracidade das relações actuais?
A unica ponte que encontro é a familia, e nao me refiro apenas aos laços de sangue, mas sim as pessoas que momentaneamente vivem do nosso lado de uma maneira intensa, mas sinceramente nao estara tudo condenado a um fim anunciado? Aproveitando o titulo do livro de Gabriel Garcia Marquez, "Cronica de uma morte anunciada", a nossa existencia não esta essencialmente destinada a uma Cronica de uma solidao anunciada?
Já repararam que hoje em dia quando as pessoas falam umas com as outras, apenas se preocupam em passar a sua mensagem, "dispendendo" pouca energia escutando o outro ( e nao me refiro apenas sonoramente). Ora se isto se generaliza passaremos quase a totalidade da nossa vida sem prestarmos real atenção aos outros que nos acompanham...sendo assim, como podemos ser verdadeiramente verdadeiros quando dizemos a outra pessoa que a amamos? que a queremos verdadeiramente se nunca a escutámos...
Gostava de um dia poder crer que não caminhamos sozinhos, mas a vida (que tem sido fantastica!) tem me mostrado que apesar de tudo caminhamos na rua escura do futuro sozinhos...
14 comentários:
A caminhada para o futuro e sempre mais solitária para os que desejam ouvir os outros, sentir o que os outros sentem, o que apenas querem ser ouvidos não precisam de mais nunguem para alem deles pois eles podem ouvir o seu proprio eco, o que querem ouvir nessecitam de outros para poder continuar a ouvir...
Bom texto meu irmão...
Estamos sempre sozinhos, apesar dos romantismos e ideologias que as nossas filosofas mentes criam para enfeitarem a realidade. Cada um de nós é só um. Só eu sei o que que vai na minha cabeça e por mais que tente expressar por palavras é sempre impossível... Nem mesmo a família... a família conhece os nossos hábitos, ou não, julga que nos conhece, mas vive eternamente na quimera do julgar que sabe...
Estamos sozinhos... acho que não gostamos é de o admitir e quebrar o nosso mundo...
mar. sem duvida que nao gostamos de o admitir, mas pessoalmente, já perdi o medo da solidao. Ela conforta-me muitas vezes, dando espaço e tempo para me poder sentir mais perto de mim...egoismo reflexivo ou existencial? talves, mas nao deixo de dar o mundo o que ele merece: paz e alegria
O medo da solidão penso que não perdeste... mas aprendeste a conformar-te com ele ou arranjaste um modo de o tornar aceitável para a tua vida, aos teus olhos... aprendeste a tirar partido dela, e isso faz a diferença...
"nascemos sozinhos e morremos sozinhos"
uhmmmm.... onde será que eu já ouvi isso.....
... estamos sozinhos, mas não podemos existir sozinhos...
Mas que espírito tanatalógico é o vosso!? O universo é demasiado grande (infinito talvez) para tal preocupação! (isso não quer dizer que se fosse pequeno poderiamos procupar-nos com aquilo que se diz e se pensa e se vive e se vê e se cheira e se sente...) um dia, o nobre jabu-jabu disse: "os sonhos colmatam a nossa necessidade de realidade..." (então viver num sonho? talvez...). Seres desta realidade, esperemos serenamente pelo fim que um dia há de chegar.
PS: a frase do nobre jabu-jabu é na realidade minha...
Primo Calcâneo,
Vai ao www.planetadas5.blogspot.com. tens lá um desafio à tua espera!
Beijos da prima Liliana
ametsis, eu espero pelo fim todos os dias que passam, mas tens que fazer algo durante esse tempo,não??
um bocadinho de reflexão sobre a nossa condição, só isso...
Bom, cara Mar, para quem não tiver mais nada do que fazer... é verdade parece pouco, fazer algos mais materialistas pergunto ? porque não. Quando digo esperar serenamente pelo fim, não quer dizer fazer nada e beber para esquecer que se bêbe, é uma forma de dizer para quê nos chatiar com coisas insegnificantes como acontece muitas vezes nesta realidade (por isso gosto dos budistas, na boa calmamente). A reflexão que estava a falar está cheia de simbolismo. Mar, eu não espero pelo fim todos os dia que passam, mal penso nele, apenas tenho noção da sua existência ( "esperemos pelo fim serenamente" mais uma frase cheia de simbolismo...)Livemos a vida...
Esqueci de dizer que também gosto muito de Tchackovsky (sobretudo o 1º concerto para piano) é pena que já tenha morrido...
llooll, temos pena...
O sentimento de solidão não se pode esquecer, aprende-se sim a viver com ele e a arranjar estratégias para o contornar (álcool, drogas, etc...), são também os bem materiais que ajudam as pessoas pobres de espírito a colmatar este sentimento!! Não é possível vivermos sozinhos neste Universo, algum objectivo ele terá que ter!!! No entanto, temos primeiro que conhecer a pesssoa que temos ao nosso lado, depois uma outra e por aí a diante até atingirmos a barreira do infinito (Universo). Mas isto é um exercíco muito difícil e incompreendido por muitas pessoas (acho que ainda n pensaram um bocado sobre a existência delas neste mundo). As coisas "insignificantes" são parte integrante de nós, não podemos deixá-las passar-nos ao lado pois a nossa vida é um conjunto de pormenores entendido única e exclusivamente por nós, será também por isso que as nossas acções são incompreendidas??? Axo que sim...
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